quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A melhor forma de evitar a fatalidade é conhecer o fato

Pr. Dr. Jose Alencar -
Secretário Executivo da Conamad.

Tangenciando o nexo fundamental das eleições, em alvissareiro momento, verifica-se oportuna a premente necessidade de acurada reflexão e cuidado extremoso na definição dos destinos da nação brasileira; sabemos que certamente não foi obra do acaso a ocorrência de um segundo turno nestas eleições presidenciais. Todo arguto observador da realidade precisa com humildade e razoabilidade hermenêutica dar vazão à curiosidade e permitir um aprofundamento exegético da situação fática que se desenha a partir da proclamação dos resultados das urnas.
Sabemos que o instrumento principal de decisão dos destinos da nação é o voto de cada cidadão ou cidadã deste torrão nacional, entretanto, é preciso reiterar que este (o voto) deve ser livre, consciente e expressar deveras as convicções e aspirações soberanas e também autônomas do povo brasileiro, não podendo ser imposto, coagido, nem demonizado, assim como também, não deve ser despoticamente fisiológico ou irreal do ponto de vista programático, uma vez que teremos inevitavelmente quatro anos pela frente a ser enfrentado com perene e verdadeira coragem cívica. Ainda que sejamos omissos, não poderemos nos furtar às conseqüências que virão.
Sem, no entanto, fugir às ansiedades próprias do momento, consideramos que a frase título deste artigo nos leva ao ponto central de todas as conclusões possíveis consoantes com as respectivas conseqüências próprias de cada uma delas. Basta ter em mente o fato de que as urnas falaram alto neste último pleito, e, ao ouvir a voz das urnas sentimos uma necessidade imperiosa de rever alguns conceitos e conchavos, pois o momento é grave demais, eu diria crucial para todos nós brasileiro e estrangeiro que moramos e fazemos desta nação um ícone progressista estabelecido como marco histórico cunhado no contexto mundial, fato este que nos cobre de orgulho pio e desejo permanente de vê-lo crescendo com qualidade de vida para cada criança, jovem, adulto ou velho, sem nos esquecer, claro, dos nascituros que são as maiores vítimas do cruel e acintoso homicídio silencioso, ou seja, o aborto (- “questão de saúde pública?”), - não sei!, Para mim, todas as vidas são importantes em qualquer estágio da existência que se situe.
O segundo turno das eleições presidenciais precisa ser visto de forma realista e despreconceituosa, pois, acima das filosofias e ideais político-partidário, estão as verdades históricas e éticas, cristãs e familiares, por exemplo, e o desvirtuamento da unidade familiar como pilar da sociedade organizada, bem como a pretensão de, em nome da liberdade, castrar os direitos legítimos de expressão, imprensa, culto e manifestação publica diversa fere de morte cláusulas pétreas da Constituição Brasileira, a carta magna que rege a nossa nação.
A falsa liberdade pregada nos palanques e programas políticos demonstra com clareza o asco da retórica pernóstica que nos assolaram no primeiro turno das eleições, as quais confirmam a necessidade de uma reordenação das posições dos formadores de opinião, principalmente dos mais expressivos líderes cristãos que são sem dúvida o fiel da balança eleitoral; em particular, destaco os evangélicos, que por serem recentes no meio, às vezes são carregados pelo vislumbre de possibilidades desconhecidas como oportunismo econômico e financeiro e por isso, são levados como presas fáceis a apoiar o submundo da política dos grotões mais entenebrecidos do cenário nacional. Onde vemos com muita freqüência, pastores, padres e outros sacerdotes bebendo de fontes dúbias, apoiando assim, a corrupção implícita como ficou patente em recentes acordos verbais permeados de promessas inconsistentes e politiqueiras do calor efêmero da campanha eleitoral.
Fazer ouvido de mercador, ou vista grossa diante dos fatos que pululam no dia da nação de em nada mudará as conseqüências que virão como frutos da semeadura presente. Lembramos a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, a Bíblia por sua vez nos alerta claramente: “Deus não se deixa escarnecer e tudo quanto o homem semear, isto também ceifará”.
Voltando ao ponto central da reflexão, conhecer o fato é deveras a melhor maneira de se evitar a fatalidade, o currículo pessoal e as convicções de cada candidato deve ser levado à exame; a vida pregressa, o programa de governo e as promessas de campanha, não podem ficar adstritos a mera verbalização da continuidade ou ruptura do governo atual, por que como sabemos todos os governos têm acertos e erros. A boa inteligência manda preservar o que está bom e modificar o que não está, pois sabemos que esta não é hora para discursos viscerais, é hora sim, de refletir parcimoniosamente discernindo a realidade das urnas.
Evidentemente, essa reflexão não tem a pretensão de resolver cabalmente todos os problemas da nação brasileira, mas sim, contribuir de alguma forma para uma redução imperativa e urgente do crescimento hipócrita das correntes massificadoras que tentam mitigar o direito individual do cidadão brasileiro dentro do contexto comunitário em que cada um vive por opção ou condição social. Aos governos está reservada a função de respeitar e cumprir a Constituição Brasileira, promovendo a igualdade e a inclusão social, zelando sempre pela qualidade de vida de todos, sem preconceitos ou acepções, independentemente de credo político, cor, origem, opção sexual, de culto, entre outras.
Não se pode pretender calar a voz do povo e nem se pode fugir dos desígnios de Deus, pois, não haverá perdão para as nossas falhas ao arrepio das doutrinas e princípios fundamentais da existência humana, a menos que, arrependidos busquemos a conciliação e o caminho certo, não fisiológico, não mercantilista ou corrupto, porque de nada adiantará a dissimulação, o mascaramento, a simplista ou até simplória verborragia que tenta impor como opção justa no mundo injusto as facilidades e os interesses subjetivos vergonhosamente camuflados entre nós. A Bíblia também afirma nas palavras de Jesus que contra a Igreja as portas do inferno não prevalecerão, e: - será que isto quer dizer alguma coisa em especial?
O momento é áureo para arregaçarmos as mangas e irmos à luta! Deus permanece no controle de tudo, Aleluias! A visão holística, a austeridade comportamental e a coragem cívica dependem de nós, mas a luz da sabedoria vem do céu, façamo-nos, portanto, atalaias despojados dos fugazes apêndices corporativistas, subjetivos ou eleitoreiros; e, vamos corajosamente andar na luz de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus, pois do contrário de nada servirá a nossa obra ministerial, todos nós sabemos que não existe neste mundo nada mais valioso do que a nossa salvação.
Meu voto está decidido e o seu?
Pastor Alencar (pastoralencar@globo.com